Leia o texto abaixo e descubra o que tem de incomum em relação aos demais textos.
Sem nenhum tropeço posso escrever o que
quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo
isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como
impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto
fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido pode
muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e
peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores
e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e
honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos.
Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este
divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do
intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o
"I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivodesejo,
escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P",
"R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo
escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso
pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro
sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos
termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o
objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século
inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo,
querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo,
doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de
muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de
condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril
e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de
mundos novos.
O que está faltando no texto? Tente descobrir...