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domingo, 23 de setembro de 2007
Raízes do Gaúcho
Com a expulsão dos jesuítas no século 18, os índios Guarani que conseguiram se salvar das guerras, embrenharam-se nas matas, reincorporando aos grupos não cristianizados.
Os descendentes dessa população podem ser encontrados ainda hoje nas regiões sul e sudeste do Brasil, no sudoeste do MS, na Argentina e Paraguai. Pertencem a três subgrupos (Mbya, Kaiowa e Nandeva) que mantém uma identidade lingüística bem determinada, o que lhes permite reconhecer seus iguais mesmo vivendo em aldeias separadas e distantes.
Atualmente, existem reservas guarani administradas pela Funai, em várias partes do país.
Para os guarani, o território tradicional não se limita as suas aldeias nem tem espaço geográfico definido. Por isso, eles costumam se movimentar bastante. As aldeias ou “tekoas” – lugar onde vivem segundo seus costumes e leis – devem conter recursos naturais preservados e permitir a privacidade da comunidade. Na área litorânea, onde crescem os projetos imobiliários e turísticos, existem muitos conflitos de ocupação, invasões e processos judiciais envolvendo guarani e não índios. No Mato Grosso do Sul, os conflitos ocorrem com a derrubada das matas de seus territórios para a implantação de projetos agropecuários e a expulsão de índios para espaços cada vez menores. Como resultado, surgem violência, preconceito, assassinato e o suicídio de índios, principalmente de jovens.
No tempo das missões jesuíticas, muitos indígenas foram capturados no sul e levados como escravos pelos bandeirantes paulistas para a região sudeste. Casavam-se com brancos, dando o que hoje é chamado de povo caipira (palavra tupi que significa “tímido”, “envergonhado”).
O caipira que ficou sendo sinônimo de “atrasado” começou a existir nos arredores de São Paulo. Por onde passaram, foram deixando filhos e hoje encontramos numeroso povo mestiço nos estados de S. Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e sul do Paraná.
Podemos reconhecer o caipira, por alguns sinais bem típicos: o gosto de ficar descalço ou com simples chinelas; comer ou conversar de cócoras; gostar de música sertaneja. Aos poucos ele está se tornando o bóia-fria, isto é, gente que executa tarefas temporárias nas fazendas e usinas. Quando a situação piora, ele muda para as periferias urbanas.
Em dois estados sulistas – Santa Catarina e Rio Grande do Sul – o mestiço formou o povo gaúcho. Contrariamente ao que muitos pensam, o nome “gaúcho” não indica os descendentes de italianos ou alemães que vieram para o Brasil no século passado, mas os descendentes de espanhóis e portugueses que tiveram filhos com mulheres das tribos Charrua e Minuano e Guarani. Dessas uniões nasceu um povo mestiço criado nos campos entre os currais de gado.
O autêntico gaúcho campesino surgiu aqui nas missões. Com a entrada do gado trazido pelos jesuítas os índios se tornaram hábeis ginetes que aprenderam toda lida campeira. É nessas circunstâncias que foi forjado o perfil do gaúcho que hoje conhecemos.
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