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sábado, 3 de novembro de 2007

Verdade x Mentira

Verdade X Mentira

Há vinte séculos em circunstâncias incomuns, alguém fez a pergunta que até hoje continua repercutindo em nossos ouvidos: “O que é a verdade ?” O texto bíblico (Jo 18, 37-38) relata que, antes de ser crucificado, Jesus teve um diálogo tenso com Pôncio Pilatos, representante dos romanos na Judéia. A certa altura da discussão, Pilatos perguntou: “Então, tu és rei? Jesus respondeu: “Tu é que dizes que eu sou rei! Para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade ouve a minha voz.” Pilatos então disse: O que é a verdade? Jesus não respondeu à última pergunta. Por quê? Talvez porque Pilatos não estivesse realmente interessado em conhecer a verdade. Do nascimento à morte, vivemos inumeráveis situações permeadas tanto de verdades quanto de mentiras. Elas chegam juntas como a planta e a erva daninha. Às vezes, a mentira é dita ou imposta por ignorância; outras vezes, é premeditada, produto da maldade. Pode estar presente nos pequenos gestos do cotidiano ou nas grandes decisões. Muita gente vive como carneiros, a seguir o rebanho. Os meios de comunicação, principalmente a televisão, são capazes de transformar as pessoas em carneiros dóceis. De repente, todo mundo passa a usar determinada marca de calçado ou de roupa tornando-se escravo da moda e do consumo, obedecendo a ordens e determinações que não procedem de pessoas interessadas em nossa realização e felicidade. A quem fala a verdade chamamos de sincero. Foram os romanos que inventaram essa palavra. Eles fabricavam certos vasos de uma cera especial que às vezes era tão pura e perfeita que seus vasos se tornavam transparentes, chegando a distinguir objetos colocados em seu interior. Para o vaso assim fino e límpido, dizia o romano vaidoso: Como é lindo! Parece até que não tem cera! É um vaso “sine cera”! (sem cera). “Sine cera” era, pois a qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes. Da antiga cerâmica romana, até nossos dias o vocábulo sincero passou a figurar com um significado ainda mais elevado: sincero é ser franco, leal, verdadeiro; que não oculta; que não usa disfarce, malícia ou dissimulação. O sincero, à semelhança do vaso romano, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos do seu coração. Quanto à mentira, essa anda solta e a encontramos em toda parte. Frustradora e destrutiva, destrói a base do relacionamento humano. Como pais e filhos vão se comunicar, se não confiarem uns nos outros? Como professores e alunos vão crescer juntos, se uns desconfiam dos outros? Como os habitantes de uma sociedade vão viver juntos, se é comum mentirem uns para os outros? Só teremos uma sociedade harmoniosa e feliz, quando houver o cultivo da verdade em todos os lares, quando todos protestarem contra promessas e propagandas mentirosas, quando, enfim, como diz Thiago de Mello, “o homem confiar em outro homem, como um menino confia em outro menino”.

Um comentário:

Andréa De Carli disse...

Verdade ou mentira, o texto nos faz pensar profundamente em muitas coisas. Concordo com vc qdo fala sobre a sinceridade; hoje em dia encontrarmos ela nas pessoas esta se tornando artigo raro, assim como a transparência do vaso. Parabéns pelo texto. Andréa Com mais tempo vou ler os outros. Abraços